A DOR DE EXISTIR
Tenho
escutado muito falar de depressão, talvez como a grande inimiga do ser humano
do século XXI. Médicos, psicólogos, terapeutas holísticos com suas diversidades
de terapias alternativas, religiosos e religiões que prometem a cura,
medicamentos variados e um exército de amigos com frases pré-elaboradas de
otimismo.
Nada mais
deprimente do que tentar retirar alguém da dor de um luto, ou da dor de
existir.
Hoje não
sabemos mais lidar com esses dois tipos de dores, tentando calá-las com
medicamentos que são incapazes de trazer a felicidade, só atuando na
estabilidade emocional, para que nossa infelicidade não seja de toda completa.
Sim, meus
amigos, os medicamentos são valiosos auxiliares no processo de tratamento de
diversos transtornos, mas tentar calar emoções com eles é de uma incompetência
pessoal imensa.
O ser
humano é frustrado por nascença, e busca constantemente a sua plenitude.
Pensemos
mais nas coisas simples da vida, como em um por de sol ou numa tarde, chuvosa,
como a de hoje. São coisas tão simples que deveríamos valorizar para encontrar
a paz e podermos lidar melhor com a dor de nosso existir.
Lembro-me
agora, nessa tarde chuvosa, o quanto era bom quando eu era menino e começava a
chover. Parece que ainda sinto o cheiro de terra molhada daquela época que não
volta mais... E é nessa hora, nessa experiência infantil tão simples quão bela,
que consigo afastar de mim a dor do existir. Consigo elaborar um pouco melhor
os meus conflitos e meus lutos.
Quem sabe
nossas pequenas experiências, de um passado distante ou de um passado mais
próximo, possa nos trazer um pouco de felicidade?
Tenhamos
em mente isso: o tempo presente é o melhor que podemos ter, vivendo cada
momento, sempre como se fosse o único. Aproveitar as coisas simples da vida
traz para nós a alegria de acordarmos de manhã e podermos dizer: obrigado
Senhor por eu existir, mesmo sentindo o preço às vezes tão alto, dessa
existência, eu te agradeço Senhor.
Pensem
nisso!
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